quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Desafio 1

Alô.

O desafio aqui é comentar o trecho abaixo. Utilizem o que vimos discutindo aqui e na lista e/ou façam suas pesquisas (inclusive a nossos textos do Fiorin; algumas respostas estão lá). E comentem os comentários... Simples, não? :-)

"(...) a estruturação lingüística do sentido sugere dois tipos de abordagens semânticas das línguas: uma, voltada para a compreensão e a formulação das significações no quadro da 'palavra' e da 'frase'; a outra, exclusivamente interpretativa, busca os dispositivos lingüísticos de encadeamento, de progressão e de coerência, que permitem compreender enunciados seqüenciais." [TAMBA-MECZ, Irène. A Semântica. SP, Parábola Editorial, 2006. p.p. 8-9]

18 comentários:

Unknown disse...

Acredito que Zé esteja falando da diferença entre a semântica lexical e a semântica formal. Há de se estudar a relação da palavra na frase. Entretanto, o significado não é determinado apenas pela análise da estrutura fixa de um enunciado. É necessária a análise da relação entre o que é falado, por exemplo, e como se “recebe” o enunciado. Ainda não tenho algo muito definido, mas estou pesquisando sobre as diferentes abordagens semânticas. Uma dúvida surgiu quando me deparei com o conceito de Pragmática, cujo objetivo é analisar os fatores contextuais. Enfim, teria isso alguma relevância? Vamos continuar pesquisando...

Unknown disse...

Queridos, encontrei umas perguntas interessantes no livro LINGUAGEM E LINGÜÍSTICA, de John Lyons.Acho que esse exercício tem a ver com o que foi falado no trecho que Zé escolheu sobre a "significação no quadro da 'palavra' e da 'frase'". Será que poderíamos tentar responder juntos?

" 'Quando uso uma palavra', disse o coelho num tom um tanto zsombeteiro, 'ela significa o que eu quero que signifique - nem mais nem menos' (Lewis Carroll, Through the Looking Glass: v. Palmer, 1976:4). Será que um falante quer dizer, sempre e necessariamente, o que seu enunciado significa? Será que ele quer dizer, sempre e necessariamente, o que ele diz? O que ele diz equivale ao que significa seu enunciado? Observe que o que parece interessar exclusivamente ao coelho é o significado das palavras. O assunto abrange mais do que isto? E será que o coelho, nesta ocasião, (a) está dizendo o que pretende e (b) quer dizer o que diz (N. B. 'num tom um tanto zombeteiro')? (Cf. 'O significado do falante é o que ele quer dizer ao produzir um enunciado. Ora, se estamos falando literalmente e queremos dizer o que nossas palavras significam, não haverá nenhuma diferença importante entre o significado lingüístico e o significado do falante. Mas se estamos falando não-literalmente, então estaremos querendo dizer algo diferente do que significam nossas palavras".

Acho que é mais ou menos por aqui que está a proposta de Zé. O negócio é focar um determinado objeto e aplicar a abordagem semântica correta. Enfim, continuamos com a pesquisa! :-)

José M. da Silva disse...

Alô.

Vejo que a Ana é a única trabalhando no feriado... Parabéns a ela... e os demais? kdvcs? Mirem-se no exemplo...:-)

Bom, não quero estragar o raciocínio de vocês, mas a Ana está no caminho certo... As perguntas dela são muuuuuito pertinentes...

Por ora é só...

Unknown disse...

Queridos,encontrei mais uma coisinha no livro SEMÂNTICA, de Rodolfo Ilari e João Wanderley Geraldi. Zé fala para comentarmos sobre a estruturação da frase e a abordagem semântica, certo?
Os autores definem o que seria uma estrutura semântica e achei interessante compartilhar o conceito com vocês.

"Estrutura Semântica: o conjunto de elementos e relações relevantes para determinar o sentido de uma expressão ou oração, em contraste com sua estrutura gramatical visível. (Na estrutura semântica de "Pedro parou de fumar", a semântica moderna distingue a informação assertada de que Pedro não fuma hoje e a informação pressuposta de que ele fumava no passado."

José M. da Silva disse...

Alô.

Bem, a Ana matou a charada. Em princípio, realmente a questão da palavra e da frase ficarão mais a cargo da Semântica Lexical. A Semântica Formal vai estudar, como diz nosso texto (p. 138), a "relação que existe entre as expressões lingüísticas e o mundo". E mais à frente (p. 140): "A Semântica Formal pode ser descrita como um programa de pesquisa que procura responder às seguintes perguntas: O que 'representam' ou 'denotam' as expressões lingüísticas? Como calculamos o significado de expressões complexas a partir dos significados de suas partes?"

A passagem do Lyons sobre o coelho da "Alice..." ilustra algumas coisas muito bem, e a menção da Ana à Pragmática nos remete a um outro plano, qual seja o da importância do contexto onde as palavras são usadas. Vejamos:

"O aspecto 'pragmático' da linguagem concerne às características de sua utilização (motivações psicológicas dos falantes, reações dos interlocutores, tipos socializados da fala, objeto da fala, etc.) por posição ao aspecto sintático (propriedades formais das construções lingüísticas) e semântico (relação entre as unidades lingüísticas e o mundo)." [DUBOIS, Jean et alli. Dicionário de Lingüística. SP, Cultrix, 1993. p. 480]

De novo aqui teremos superposições e algo mais sério: é muito difícil por exemplo estudar as palavras sem fazer menção a suas relações sintáticas, suas funções na frase (sintaxe, gramática), bem como a um contexto (pragmática, semântica), pois as palavras só muito raramente existem isoladas.

Mais algum comentário?????

Unknown disse...

FIORIN, em seu capítulo sobre A Linguagem em Uso, (FIORIN, José Luiz. Introdução à Lingüística. São Paulo: Contexto, 2003.)fala que o ponto de partida da Pragmática foram os trabalhos de John Austin e Paul Grice.

"O primeiro (John Austin) diz que a linguagem não tem uma função decritiva, mas uma função de agir. Ao falar, o homem realiza atos. Grice mostra que a linguagem natural comunica mais do que aquilo que se significa num enunciado, pois, quando se fala, comunicam-se também conteúdos implícitos."

Se eu, pronta para sair, visse meu namorado (se eu tivesse um.. ehehe)de lerdeza e falasse "Já são oito horas!", o que eu estaria "querendo dizer"? Informar a hora, simplesmente?
Isso tudo me fez lembrar de algo que aconteceu comigo semana passada. Quarta-feira fui para o estágio no Colégio Estadual Pandiá Calógeras. Ao chegar na turma, me dirigi ao final da sala, procurando um cantinho onde pudesse me esconder. (Essa é a vontade que tenho quando estou por lá: sumir!) Humildemente, me dirigi a um grupo de meninas (muito estranhas, por sinal). Percebi que tinha uma cadeira vazia perto delas e, já que não tinha outra sobrando, precisava dela. Perguntei: "Tem alguém aqui?" Uma das criaturas me respondeu: "Não!" Bem, eu resolvi continuar. "Posso pegar a cadeira?" Aí, ela me respondeu: "Por que você não pediu antes, professora?"
A Pragmática se aplica ao meu exemplo, certo? Quando perguntei se tinha alguém lá, é claro que sabia que não tinha! Eu quis dizer que precisava da cadeira!
Acho que está exemplificado o que Grice fala sobre comunicar "mais do que aquilo que se significa" e comunicar-se "também conteúdos implícitos".

José Carlos disse...

Bem, cá estou eu de volta do feriado, tentando acompanhar as discussões, mas não tá dando sempre não...sem chororô, acho que a Ana e o Zé já destrincharam a coisa da pragmática; só posso contribuir com dois exemplos reais que vieram à minha mente ao ler os posts. O primeiro deu-se entre mim e Patrícia, hoje minha esposa mas na época amiga de longa data. Ao ver um exemplar d'O Globo que eu havia deixado sobre a mesa da sala dos professores na escola onde trabalhamos, ela me perguntou se o mesmo era meu, ao que respondi:
_Pode pegar.
Ela riu e comentou que era engraçado eu estar dando permissão sem ela ter pedido, embora fosse isso o que realmente ela estava fazendo com a pergunta, cuja resposta ela já sabia.
Isso nos leva ao segundo exemplo, dado pelo nosso professor do curso de tradução no começo do curso, Reynaldo Pagura. Conta ele que (ele jura que isso é verdade!) um português (não é piada!)deixou sua maleta no corredor de um avião, atrapalhando o ir e vir de passageiros. Logo surgiu uma aeromoça (hospedeira do ar, em português europeu, segundo já ouvi dizer)que perguntou ao patrício:
_Senhor, essa maleta é sua?
O homem interrompeu a leitura que fazia, virou-se para a comissária e respondeu:
_Sim ,é minha.
Depois, voltou ao livro que deixara sem mover a maleta um centímetro.
Lembro que, ao discutirmos essa historinha, o termo "força elocutiva" surgiu, definindo a parte da pergunta que o homem não entendeu(algo como "_Poderia tirá-la do caminho?")embora sua resposta seja, à primeira vista, apropriada à pergunta feita.

Unknown disse...

Zé Carlos, ao ler seu comentário, fiquei com uma dúvida. Acho que você se lembra que fizemos Lingüística IV juntos, Pragmática. Estudamos os nomes de alguns fenômenos (nem sei se posso chamá-los assim!) e eu me lembro de ter ficado em dúvida em quando usar um ou outro. Ao ler sobre a "força elocutiva", o nome INFERÊNCIA veio à minha mente. Teria algo a ver ou estou falando bobagem?

José Carlos disse...

Ana, vc nunca fala bobagem, menina :) :)Mas aqui acho que cabe uma distinção: a tal "força elocutiva", que nem é um termo muito comum, segundo Pagura, seria o que está por trás do que foi enunciado, estando, portanto, mais ligado à implicação do que à inferência, a qual cabe ao interlocutor fazer (ou não, como diria o mano Caetano). De qualquer forma, uma coisa está, creio eu, mesmo intimamente ligada à outra.

José M. da Silva disse...

Alô.

Ana, sem namorado??? como pode??? :-) e por que as meninas lá do colégio são estranhas??? bem, depois você explica isso... mas teu exemplo tem tudo a ver com a Pragmática sim. Assim como têm a ver os exemplos do Zé Carlos (quer dizer que tua história com a Patrícia começou com um jornal, né? interessante isso...:-)

Quanto à "força elocutiva", nunca ouvi falar do termo, mas a explicação do Zé Carlos foi muito boa e elucidativa. E voltando à pergunda da Ana, os exemplos têm a ver com inferência sim, em certa medida, embora estejam mais ligados a uma situação pragmática, ou seja, a uma "atualização do sentido" de acordo com o contexto (aliás uma boa definição para Pragmática).

Essa questão da inferência é muito interessante mesmo e nos levaria aos conceitos de referência interna e externa a um texto, por exemplo. E nos levaria também a ao conceito de "schemata". Alguém quer falar sobre isso?

JM

José M. da Silva disse...

E eu esqueci de dizer uma coisa: não é só a Ana que não fala bobagem; nenhum de vocês fala bobagem...

Agora, estou sentindo falta de alguns membros do grupo... por onde andarão essas criaturas? :-)

Unknown disse...

"Schemata" é a bola da vez... Nunca tinha ouvido falar sobre o termo. Encontrei um site que fala sobre as várias formas de leitura de um texto, exemplo dado por Zé, e vocês vão ver que o autor fala exatamente sobre o nível explícito e o nível implícito na leitura. (Zé fala em referência interna e externa)
O autor também fala sobre schemata.

http://coralx.ufsm.br/desireemroth/publi/sentidonaleitura.htm

"Compreendemos o sentido de algo quando relacionado ao resto de nossas estruturas de conhecimento ou a outras informações previamente armazenadas em nosso intelecto, vinculadas a nossa experiência. Com base nessas operações, dá-se o processamento de sentido no momento da leitura; uma atividade em que o leitor constrói os senti- dos de um determinado texto.

Pode-se pensar em pelo menos dois níveis de processamento de sentido:

a) nível explícito - onde o sentido é construído a partir do valor lexical de cada elemento (palavra) e das relações sintáticas existentes entre eles (frases e períodos);

b) nível implícito - onde a compreensão se dá a partir da "leitura das entrelinhas" num contexto cognitivo de mundo e, portanto, extralingüístico. Aqui se constrói o significado daquilo que não está escrito, a partir das informações contidas no texto. Em um enunciado como: "O automóvel fez um ruído estranho e parou repentinamente", é desnecessário mencionarmos que o automóvel tem motor que entra em funcionamento e faz com que o carro ande, e que um automóvel não pára repentinamente a não ser que o desliguemos. Todas essas informações são desnecessárias e nos parecem já implícitas no texto, uma vez que participamos do pressuposto de que todas as pessoas conhecem automóveis e como eles funcionam.

Scott (1983, p. 102) apresenta o conhecimento prévio como o fator fundamental no qual se ancora a habilidade de ler. Esse conhecimento é trazido para o texto pelo leitor antes mesmo de começar a leitura propriamente dita. Por exemplo, todo leitor adulto sabe que elefantes são cinzentos, que café é bebida e que a França é um país. Quanto mais variadas as Schemata, mais recursos teremos para perceber significados no texto."

José Carlos disse...

Bem, os termos schema e schemata não me são estranhos, já que acompanhei Gysele Colombo bem de perto enquanto ela elaborava a sua tese de mestrado e foi ela que me apresentou aos conceitos, que,a grosso modo, me remetem ao termo "conhecimento de mundo", muito comum em discussões teóricas sobre tradução. Também como professor, acabo fazendo uso dos conceitos ao trabalhar formas de melhorar a capacidade de compreensão do texto dos alunos: há descrições de várias técnicas que podem ser utilizadas (e não somente para ensinar inglês) para "ativar a schemata dos alunos", possibilitando uma interpretação mais rica daquilo que eles lêem. O curioso é que, dando uma nova pesquisada para essa postagem, acabei encontrando referências até a Platão e Kant como precursores desse conceitos. Esses filósofos são mesmo duca... :) :)

Unknown disse...

Ao ler a revista LÍNGUA PORTUGUESA (Ano 2, n. 22, 2007), encontrei um artigo de José Luiz Fiorin entitulado O PODER CRIADOR DA LINGUAGEM. Ele diz que "a linguagem permite criar as realidades que quisermos, pois não está submetida, como diz Manoel de Barros (poeta), aos limites da ordem natural das coisas. Fiorin diz que a linguagem não fala apenas daquilo que existe,mas também fala daquilo que nunca existiu.
Resolvi passar para cá o poema de Manoel de Barros. Acho que podemos continuar a nossa discussão sobre o que está "por trás das palavras" através dele.

RETRATO DO ARTISTA QUANDO COISA

A menina apareceu grávida de um gavião.
Veio falou para a mãe: o gavião me desmoçou.
A mãe disse: Você vai parir uma árvore para a gente comer goiaba nela.
E comeram goiaba.
Naquele tempo de dantes não havia limites para ser.
Se a gente encostava em ser ave ganhava o poder de alçar.
Se a gente falasse a partir de um córrego a gente pegava murmúrios.
Não havia comportamento de estar.
Urubus conversavam sobre auroras.
Pessoas viravam árvore.
Pedras viravam rouxinóis.
Depois veio a ordem das coisas e as pedras
têm que rolar seu destino de pedra para o resto dos tempos.
Só as palavras não foram castigadas com
a ordem natural das coisas.
As palavras continuam com seus deslimites.
(Manoel de Barros. Retrato do Artista Quando Coisa. Rio de Jaeiro, Record, 1998, p.77)

Legal, né? E aí? O que vocês acharam?

raquel disse...

Oi pessoal!

Encontrei no livro Comunicação e linguagem de Antônio Gomes Pena o seguinte comentário: "A perspectiva chomskiana visa explicar o aspecto criativo da língua, enquanto a Lingüística Estrutural não pode trabalhar senão sôbre um corpo, isto é, sôbre um conjunto de enunciados já emitidos pelos falantes".

"...em termos de discriminação de áreas de pesquisa, convém que se recorde a que resultou proposta por Charles Morris com a indicação da Semântica, da Sintaxe e da Pragmática. À Semântica corresponde a tarefa de estudar as relações entre os signos verbais e a realidade;à Sintaxe, o estudo das relações entre os signos verbais, fixando-se as regras de seu emprego; finalmente a Pragmática caberia a investigação das relações entre os signos e os que deles se utilizam no processo comunicativo, correspondendo sua área de investigação ao que freqüentemente se denomina de dimensão conotativa da linguagem."
Há muito que se discutir e esses signos estão sempre presentes.
Bjs
Raquel

Unknown disse...

Muito bons os comentários e, principalmente, os exemplos apresentados. Zé Carlos, não me esqueço dessas histórias que o Pagura nos contava. O pior é que ele jurava serem todas verdadeiras.

Acho que os colegas já falaram o que havia de pertinente sobre as duas abordagens semânticas da língua citadas na postagem original. Dessa forma, a minha contribuição para esse post está mais especificamente relacionada às discussões acerca de semântica lexical (especificamente).

Achei um artigo substancialmente valioso para essa discussão. Seu título é "O destino das palavras: a ambigüidade lexical na interpretação de texto", de Edina Boniatti e Jorge Bidarra (UNIOESTE).

"...a seleção lexical dentro de qualquergênero discursivo éum dos maiores contribu-intes para a percepção do estilo, sentimentos evisão de mundo do autor,..."

"Adentrar nos limites semânticos daspalavras pode, muitas vezes, causar a impres-são de se estar frente a liames movediços.Rodolfo Ilari e João Wanderley Geraldi(1985), ao iniciarem uma discussão sobre otema, buscam demonstrar o quanto seria redu-tor tomar como ponto de partida afirmações genéricas como 'a semântica é a ciência queestuda a significação'. John Lyons, nas obrasLinguagem e Lingüística - uma introdução(1987) e Semântica - I(1977),também aponta para o mesmo problema, uma vezque, segundo ele, a palavra significado aceita váriasdefinições. Tomando como exemplo as frases: 'Qual o significado da vida?' e 'A vida semfé não tem significado', ter-se-íam conotações diferentes para a palavra significado que, consequentemente, exigiriam conceituações distintas.
Lyons, na primeira obra citada, observa que, de acordo com o que foi durante muito tempo difundido como uma teoria semântica, a palavra significado designaria 'idéias ou conceitos que se podem transferir da mente dofalante para a do ouvinte'. (Lyons, 1987:103). Ora, é pouco provável que se possa afirmar com convicção que uma palavra utilizada por um determinado locutor possa ter o mesmo significado para todos os ouvintes, uma vez que o conhecimento de mundo interfere na interpretação dos enunciados. Essa é uma das críticas feitas por Katz e Fodor(1977), que observam ser impossível 'sistematizar todo o conhecimento do mundo queos falantes possuem' (Katz. Fodor, 1977: 92)."

Pra quem quiser ver o artigo na íntegra, acessem aqui: http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v06/m34557.pdf

Por hora, that's all!

Abs!

Unknown disse...

ERRATA: Onde Lê-se "por hora", leia-se "por ora". Pesquisei e constatei que essa é a forma correta.

Bem, achei mais um artigo pertinente.(http://www.mundocultural.com.br/artigos/Colunista.asp?artigo=701)

Versando sobre Ullmann: "Em 1951, St. Ullmann publicou os Princípios da Semântica, cujo mérito essencial é o de aplicar à Semântica os processos da investigação estrutural e de apresentar os fatos apurados num manual redigido com grande clareza. Como já dissemos anteriormente, Ullmann teve como precursores Roudet, 1921, Stern, 1931, e Treir, cujos estudos e abordagens atingiram filósofos de expressão, como Carnap. Isso tudo construiria a base do estudo semântico lexical. Tal semântica lexical conserva a palavra como a base de suas análises. Assim se refere Greimas, no Dicionário de Semiótica: 'Foi nos anos 60 que a utilização – que repousa no postulado mais ou menos explicito do paralelismo dos dois planos da linguagem – abriu caminho para aquilo que se chama comumente semântica estrutural'. Ullmann constrói, por conseguinte, um esquema que leva em conta todos os tipos de associações; verifica-se assim que o semanticista estruturalista de hoje estabelece figuras que lembram as subdivisões da retórica antiga. No seu capítulo consagrado à Semântica histórica, ele se mantém fiel aos esquemas das dicotomias saussurianas, entre sincronia e diacronia. Por isso, Ullmann tem um papel decisivo no desenvolvimento da psicolingüística semântica, que antecede ao período gerativo-transformacional."

S
U
B
I
n
D
O

Até mais, folks e folkas (hehehe).

José M. da Silva disse...

Alô todos.

Estou vendo que a discussão está progredindo muito bem...

Como a Ana disse, schemata é a bola da vez, mas acho que já ficou bem clara pelo que ela mesma trouxe do site e pelo que o JC falou. Na verdade, a gente pode definir "schemata" de forma bem simples como "todo o conhecimento de mundo que temos". Por isso, como apontou o JC, em aulas de inglês como língua estrangeira, por exemplo, é bom numa aula de reading fazer uso dos schemata dos alunos, ou seja, do conhecimento que eles já trazem para a sala de aula, e não ficar restrito somente ao texto a ser trabalhado. Quem quiser aprofundar isso, dá uma olhada em A Course in Language Teaching, da Penny Ur. Em português, podemos usar o termo schema (singular) ou schemata (plural), ou esquema(s).

O texto do Manoel de Barros é muito interessante e daria muuuuito pano pra manga... Interessantes também as observações da Raquel sobre Lingüística Estrutural e a lingüística chomskyana.

Legal o que o Neilton trouxe... e notem que no primeiro texto o autor utilizou a palavra "significado" sempre... sem falar em "sentido" (embora fale em "significação", mas aparece em citação de outro autor). No segundo texto vemos algo que ainda persiste hoje em dia: a semântica lexical tendo como base a palavra.

Bem, acho que essa discussão está muito boa, mas podemos passar para algo novo. Se alguém quiser continuar comentando, ótimo. Vou colocar novo post hoje ou amanhã.

Abraços